No livro "Ação e Reação" o espírito André Luiz narra, através da mediunidade de Chico Xavier, um acidente de avião onde 14 pessoas desencarnaram.
O mentor chamado Druso esclareceu que o socorro só seria possível para 6, porque apesar do acidente ter sido igual para todos, a morte é diferente para cada um. Naquele momento seriam retirados da carne somente aqueles cuja vida interior (consciência tranquila) lhes concedia a imediata libertação. Quanto aos outros, cuja situação presente não lhes favorecia o afastamento rápido da armadura física, permaneceriam ligados, por mais tempo, aos despojos que lhes diziam respeito. A quantidade de dias que ficariam ali dependeria do grau de animalização dos fluidos que lhes retêm o Espírito à atividade corpórea. Alguns seriam detidos por algumas horas, outros, talvez, por longos dias . . . Corpo inerte nem sempre significa libertação da alma. O gênero de vida que alimentamos no estágio físico (quando estamos encarnados) dita as verdadeiras condições de nossa morte.
Isso, no entanto, não quer dizer que os demais companheiros acidentados estarão sem assistência, embora coagidos a temporária detenção nos próprios restos. De modo algum, ninguém fica desamparado. O amor infinito de Deus abrange o Universo.
POR QUE ACONTECEM AS MORTES COLETIVAS?
As mortes coletivas acontecem por fenômenos cármicos, decorrência natural da lei de causalidade. Aqueles que coletivamente feriram, magoaram, agrediram, desrespeitaram, as leis de uma ou de outra forma, encontram-se nas sucessivas jornadas da reencarnação para coletivamente resgatarem os crimes perpetuados. Mas, os que se dedicaram ao Bem, à caridade, ao amor ao próximo, podem mudar seu carma. Estes, são aqueles que, escaparam "por sorte", ou melhor, por mérito, do resgate coletivo. Ex.: "Eu não morri no incêndio do prédio em que trabalhava porque perdi a hora. Isto nunca me aconteceu. Mas este atraso salvou-me a vida."
O Livro dos Espíritos explica que “a fatalidade só existe no tocante à escolha feita pelo Espírito, ao encarnar, de sofrer esta ou aquela prova; feita a escolha, ele traça, para si mesmo, uma espécie de destino, que é a própria consequência da posição em que se encontra”.
No livro “Chico Xavier Pede Licença”, no capítulo 19, intitulado “Desencarnações Coletivas”, as sábias explicações para o fenômeno das mortes coletivas, quando o benfeitor Emmanuel responde pergunta endereçada a ele, por algumas dezenas de pessoas, em reunião pública, realizada na noite de 22/08/1972, em Uberaba, MG. “Sendo Deus a Bondade Infinita, por que permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos de incêndios (e de quedas de aeronaves)”?
Responde Emmanuel: ”Realmente, reconhecemos em Deus o Perfeito Amor, aliado à Justiça Perfeita. “E o Homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça iminente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio”. Como se processa a provação coletiva [resgate]? O mentor do Chico esclarece: “Na provação coletiva, verifica-se a convocação dos Espíritos encarnados, participantes do mesmo débito, com referência ao passado delituoso e obscuro”.
É importante destacar que, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Kardec assinala: “Não se deve crer, entretanto, que todo sofrimento, porque se passa neste mundo, seja, necessariamente, o indício de uma determinada falta: trata-se, frequentemente, de simples provas escolhidas pelo Espírito para sua purificação, para acelerar o seu adiantamento”. Diante de tantos esclarecimentos, não podemos ter qualquer dúvidas de que a Justiça Divina exerce sua ação, exatamente, com todos aqueles que, em algum momento, contrariaram a harmonia da Lei de Amor e Caridade e, por isso mesmo, cedo ou tarde, defrontar-se com a Lei de Causa e Efeito. Assim sendo, a função da dor é ampliar horizontes, para, realmente, vislumbrarmos os concretos caminhos amorosos do equilíbrio.
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